sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Espírito (de porco) natalino



Fim de ano, época de extrema e estranha cordialidade entre as pessoas. Aquela cordialidade que aguardamos nos outros 11 meses do ano, e que teria feito a diferença.
Votos de paz, felicidade, sucesso, prosperidade vindos de pessoas que o ano inteirinho fizeram da existência neste plano um inferno, ou pior, não fizeram puerra ninguna para que de fato existisse paz, felicidade, sucesso e/ou prosperidade.

É tempo do tradicional e aparvorante tapinha nas costas, de sorriso amarelo, de presente inútil no amigo-secreto, de piadinhas manjadas sobre papai noel, de atendentes mau humoradas, de dentistas em recesso.

É também época de promessas, daquelas de fazer corar o mais proxeneta dos políticos brasileiros. Parar de fumar (com ou sem Dr. Dráuzio Varela), emagrecer, se casar, se separar, amar mais, amar menos, ser sincero(a), ser cínico(a), seja lá qual for a necessidade. Promessas que, se chegarem a ser de fato cogitadas na pós-ressaca, serão analisadas somente depois do carnaval, que é quando o ano definitivamente começa. Promessa de fim de ano é como promessa de cama - só engana.

Começam também as retrospectivas - na tv e nas cabeças - sobre fatos marcantes, para o bem e para o mal. Será que mandei mal com 'as pessoa'? Será que devia mesmo ter ido pra Liechstenstein, ao invés de ficar aqui esperando milagre dessa terra onde "tudo dá"? Vermelho ou dourado? Roberto Carlos em Jerusalém ou conto de natal da Xuxa? Compro a tal bicicleta, ou não? Eram os deuses astronautas?

Aos que sobreviveram ao ano de 2011, meus parabéns e OS SINCEROS VOTOS de boa sorte pro mítico 2012. E, pra não perder o costume, que o cajado do Bom Velhinho lhe toque fundo neste natal.