terça-feira, 29 de junho de 2010

Ser mulher no Brasil é...

...Passar aperto, medo e desespero na rua, no ônibus, no elevador, mesmo com a presença da polícia. Ontem, depois da vitória da seleção brasileira em cima do Chile nas oitavas, o que deveria ser clima de festa rapidamente se escalou pro bizarro e aterrorizante quando eu voltava pra casa. Quem me conhece sabe, mas pra quem não conhece, eu explico - RARO me ver em trajes minúsculos pelas ruas. Digo raro, porque eu em dei a este luxo uma vez , em SP, quando acompanhada de um homem. Feita a explicação, continuo...Sentada no meu lugar no ônibus, retornando para casa, sozinha, senta um sujeito do meu lado. Eis o preceito do transporte coletivo, sempre haverá uma pessoa estranha ao seu lado. Cada um deveria ficar no seu quadrado, mas o sujeito achou que podia meter o mãozão na minha perna...

Não se deu bruscamente. Ele primeiro foi se fazendo de desentendido, de distraído, e eu achei que era a alça da mochila que ele segurava no colo. Quando me dei conta, lá estavam 5 dedos em cima da minha coxa! Que tal??? Agora é assim - cantadas eles sabem que não colam, então a tática é já meter a mão! Não adiantou levantar, gritar, pedir ajuda ao cobrador - o pessoal fez que não entendeu, cada um virou pra sua janela e eu que me virasse!


Desci onde deu. Para meu desespero, o tarado desceu também. Agora a treta ia ser osso, eu estava na rua, à noite, sozinha e com o tarado do ônibus. Praticamente me atirei em frente à outro ônibus, entrei pedindo peloamordedeus ao motorista e este sim, fechou a porta e me perguntou se eu queria ir à delegacia.
"Fazer o quê na delegacia hoje, moço?? Não tenho testemunhas e Deus sabe o que esse cara pode fazer comigo...."
" É filha...nestas horas, é só você e Deus!"


Bom, pelo menos Deus, né?