Acabo de ler no site da Folha sobre "quadrilha clubber" (ainda se fala 'clubber', gente? Aff...) e "barraca do beijo". Taí algo que deveria ser engraçado mas não é, assim como A Praça É Nossa.
Barraca do beijo, na verdade, é a expressão mais simples e verdadeira do Brasil como ele é - você paga por algo que poderia ter de graça (talvez da mesma pessoa de quem você está comprando) e, na maioria das vezes, quem está oferecendo o 'serviço' está na lista dos "nem me pagando!".
Eu não frequento balada "clubber" em SP, então não posso atestar nem pro sim e nem pro não as condições do design da frequência, mas a julgar pela quantidade de mulher bonita sobrando por aí, eu diria que estou certa - é tiro n'água. Já ouço ao longe um "Ahhh, mas como você é preconceituosa! Os feios também merecem se divertir!" - e não serei eu a do contra! Merecem e devem, a diferença nestes casos (de balada) é que além da feiura, ainda tem o adicional de chucreza social - não saber se portar e nem como tratar as outras pessoas. Nada mais hediondo do que a estupidez...
Além da canoa furada na barraca do beijo, tem também a agonia de tentar acertar a maldita boca do palhaço pra ganhar aquela bola colorida gigante (olhaí o trauma de infância). Ano passado fui expulsa da barraquinha da pescaria por um grupo de crianças. Só uma delas se deu conta - e essa vai longe - de que eu poderia ganhar pra elas os prêmios que queriam. Tomei coça na barraca do palhaço e na das argolas e ouvi: "É, se nem ela conseguiu, nem adianta a gente tentar..." do malandrovski júnior.
Ou seja, quermesse é uma agonia disfarçada - você espera por chances que o resto do ano desaparecem (ou você desaparece delas), come tudo o que pode e - principalmente - o que não pode, tenta a todo custo conseguir a maldita bola colorida gigante, corre feito um excomungado do seu par da quadrilha e, por estarmos no inverno, o salsichão tá frio.